PAPEL E CELULOSE - Relatório Setorial - Dezembro de 2014
Papéis em alta se descolam forte do IBovespa
Em dezembro, as empresas de papel e celulose se descolaram positivamente do índice em mais um mês de alta para os papéis. Vários fatores contribuíram para isso:
(i) o nível equilibrado de estoque de celulose por três meses consecutivos (de setembro a novembro, segundo os dados da PPPC*),
(ii) a falta de novas capacidades entrando em operação no curtíssimo prazo,
(iii) o preço da celulose em alta e (iv) a desvalorização cambial.
Acompanhando esse otimismo para o mercado de celulose, no início de dezembro a Fibria aproveitou para anunciar um aumento de US$ 20 por tonelada nos preços da celulose a partir de janeiro deste ano. Na Europa, o valor passa de R$ 750 para US$ 770 por tonelada, nos Estados Unidos de US$ 840 para US$ 860 e na Ásia de US$ 640 para US$ 660.
A companhia também anunciou um Capex de R$ 1,69 bilhão em 2015, cujos recursos serão destinados em inovação, modernização, compra de madeira de terceiros e renovação florestal.
Além disso, a Fibria ainda avalia atuar em outros negócios de geração adicional de valor, como na disponibilização de terras para investimentos no mercado imobiliário, por exemplo, já que a planta de Três Lagoas II ainda está sendo analisada pelo Conselho.
Paralelamente, os dados da Secex** mostraram que a quantidade de celulose exportada em novembro apresentou alta de 22,2% A/A e de 12,3% no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2013.
Enquanto isso, o mercado de papel continua um pouco mais fraco em virtude da desaceleração do mercado doméstico, principalmente no segmento de Embalagem e Papel Cartão. Segundo o Ibá***, as vendas dos mesmos recuam 1,1% e 3,1% até novembro, respectivamente, no acumulado do ano sobre 2013, devido à estratégia dos compradores de manter os estoques baixos.
Perspectivas.
De modo geral, o que temos observado no setor de papel e celulose é um mercado aquecido, com um nível de estoque equilibrado – mesmo levando-se em consideração o ramp up da planta de Montes del Plata, no Uruguai – e suportado por aumentos nos embarques, especialmente direcionados para a Ásia.
Essa combinação de uma (ainda) equilibrada relação oferta e demanda, somada a um elevado preço de celulose e à desvalorização cambial devem continuar favorecendo o setor pelos próximos meses, em especial Fibria e Suzano.
* PPPC – Pulp and Paper Products Council
** Secex – Secretaria de Comércio Exterior
*** Ibá – Indústria Brasileira de Árvores
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o desempenho das ações de empresas do ramo de PAPEL e CELULOSE, assinado por VICTOR PENNA, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS.